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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Aula rápida com Magnus Carlsen

No vídeo a seguir o campeão mundial de xadrez analisa o começo de uma de suas partidas contra o indiano Viswanathan Anand pelo campeonato mundial. Apesar de ser um vídeo bem curto achei a análise bem instrutiva e que demonstra a simplicidade do pensamento enxadrístico de Carlsen. Professores podem utilizar esse vídeo para aulas rápidas sobre planos de aberturas e jogadores de torneio também terão informações interessantes para utilizar em suas partidas!


terça-feira, 23 de outubro de 2018

Os principais erros na preparação de aberturas

A preparação de aberturas, normalmente, é a parte do xadrez que o jogador amador gasta mais tempo. Muitos especialistas consideram isso um erro, afirmando que o ideal é concentrar seus esforços na compreensão dos finais e principais temas de meio-jogo: tática, combinações, planos típicos, etc... Eu mesmo fui vítima desse pensamento e gastei muito tempo, quando era iniciante, "estudando" aberturas, era uma busca ingênua pela fórmula mágica para vencer rapidamente e sem muito esforço. 

Podemos destacar alguns aspectos dessa maneira equivocada de treinar aberturas no nível iniciante:


  1. Achar que as aberturas são a parte mais importante da partida.
Sinceramente, era assim que eu pensava e deve ser assim que muitos iniciantes pensam. Ora, veja que receita simples e infalível: "vou memorizar as jogadas da Najdorf e em 15 lances minha vantagem será decisiva!", além do mais, tudo parece muito óbvio na abertura! 

Vamos à parte concreta da coisa agora. Aproximadamente 85% das partidas não são decididas por causa das aberturas, isso não significa que não devemos levar as aberturas a sério, apenas queremos mostrar que as aberturas não são a parte nuclear da partida e que devemos treinar mais outros aspectos do jogo, como foi citado acima. Acredito que, até chegar ao nível de 2.200 de rating FIDE, o jogador não deveria gastar tanto tempo com aberturas. 

     2. Jogar aberturas que não são de acordo com seu nível técnico.

É bastante comum que as escolhas das aberturas dos iniciantes e dos jogadores intermediários sejam baseadas nos repertórios de aberturas de seus ídolos no xadrez. Porém, eu acredito que algumas aberturas irão dificultar mais do que facilitar a vida do jogador, dependendo do seu nível. Por exemplo, eu não recomendaria a defesa índia do rei para alguém que está começando, pois, trata-se de uma defesa muito difícil de conduzir e que exige um nível técnico bem avançado para quem a joga. Normalmente, na índia do rei, as pretas assumem uma postura passiva devido ao pouco espaço para manobras e só depois entram em grandes complicações e jogadas muito agressivas que exigem uma boa capacidade de cálculo e boa técnica de seu condutor. Quase o mesmo podemos dizer sobre a variante Najdorf da Siciliana, da Benoni moderna, etc... 
O ideal é que o iniciante escolha aberturas mais fáceis de compreender e de jogar. Particularmente, acredito que a Nimzoíndia e a índia da dama são duas ótimas opções para todos os níveis, pois são flexíveis e bastante seguras ao mesmo tempo. 
Para complementar temos uma sugestão curiosa sobre aberturas para iniciantes. Trata-se do gambito Benko. Este gambito é jogado de forma sistemática na maioria das vezes e, apesar de levar a muitas posições agudas, ele possui uma flexibilidade bem interessante e perspectivas de ataque para o segundo jogador. Pode ser uma boa alternativa.


      3. Escolher aberturas que jogaremos sem uma "perspectiva global".

Se você joga a defesa Caro-Kann contra 1.e4 talvez seja interessante jogar a Eslava contra 1.d4, entende? Ou, se jogas a Francesa (vs 1.e4), talvez possa ir de Nimzoíndia vs 1.d4... É importante jogarmos aberturas que tenho alguma relação estratégica entre si. As aberturas vão bem além das simples jogadas, envolvem ideias, planos, estruturas e manobras típicas. Compare o que fazes contra sistemas fechados e contra sistemas abertos e veja se existe harmonia entre as ideias. 

      4. "Começar a construir a casa pelo telhado".

Acho que foi no ano 2000 (ou foi em 1999, não lembro bem), durante uma palestra do saudoso MI Segal, aqui em Recife, que o mestre falou o seguinte sobre essa questão das aberturas: "não tentem jogar copiando as partidas e/ou preparações de Kasparov, Tahl, Fischer, Karpov, etc... A preparação desses jogadores é inimaginável, vamos nos perder rapidamente." O que o mestre quis dizer foi que devemos começar a fazer nossa própria preparação, dentro do nosso nível de compreensão do jogo e acrescentar ideias dos mestres, sem copiá-los cegamente! Hoje em dia com a ajuda dos programas de computador todos tem praticamente um GM em casa para treinar e isso facilita bastante. "Comece do início, mestre!", assim você poderá aprofundar seu conhecimento na abertura escolhida, conhecendo melhor suas sutilezas.

      5. Não levar em conta o seu contexto pessoal.

Existem jogadores de todos os tipos: estudantes, aposentados, trabalhadores da construção civil, pais de filhos pequenos, etc... Nosso contexto interfere totalmente na forma como devemos dedicar nosso tempo ao estudo das aberturas, temos outras tarefas que também precisam de atenção a tempo. Algumas aberturas exigem iniciar um longo e tortuoso caminho (gratificante também, diga-se de passagem), durante muitas horas para chegarem a ser compreendidas com um mínimo de profundidade. Se você dispõe de pouco tempo o ideal é que escolha aberturas fáceis de aprender e que não demandem de você compreender agudas sutilezas, pois não terás tempo para desenvolver esse ponto. 
Fazendo uma síntese sobre a questão do treinamento de aberturas:
  • Não jogue aberturas muito complicadas se você é um iniciante, recomendamos com as brancas 1.e4 e, de pretas, Ortodoxa (vs. 1.d4) e 1...e5 (vs 1.e4);
  • Quando se desenvolver mais, tecnicamente, pode passar a jogar algo mais flexível como a Nimzoíndia (1.d4) e iniciar os treinamentos na Siciliana, preferencialmente a siciliana, variante Kan, que reúne flexibilidade e solidez;
  • O gambito Benko é uma boa opção para os iniciantes que já possuem algum conhecimento sobre a relação "tempo-material-posição".
É bom lembrar que as preferências são totalmente pessoais e que a a ideia do artigo é apenas acrescentar informações sobre a questão das aberturas. 




segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Rating FIDE - Pernambuco - Outubro 2018



Rating FIDE - Pernambuco - outubro/2018. (+2.100)







1. GM Yago Santiago.....................2.468


2. MF Vinícius Tiné........................2.294


3. Marcelo Bouwman....................2.238


4. MF Marco Asfora.......................2.210


5. Roberto Calheiros.....................2.208


6. MN Benone Lopes.....................2.179


7. Lúcio Pacífico...........................2.144


8. José Roberto Araújo.................2.142


9. Armando Vasconcelos..............2.140



10. Ivo Eduardo...........................2.135


11. Rafael Cabral..........................2.134


12. Gilson Rosa............................2.129


13. Alberto Colares......................2.123


14. Filipe Arruda..........................2.105



15. Fábio Pires.............................2.101




https://ratings.fide.com/