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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Magnus Carlsen e a nimzo-índia - parte 2

Dando continuidade ao artigo que trata da "relação Carlsen + nimzo-índia" veremos mais uma bela partida jogada pelo campeão mundial. Já dissemos no primeiro artigo que a nimzo-índia é a melhor resposta contra 1.d4, na minha opinião, (seguido de"c4", "Cc3", obviamente), pois permite que as pretas escolham a maneira que querem utilizar a defesa, se numa luta estratégica sólida ou num combate aberto, mas sempre com características posicionais. A nimzo-índia é a razão pela qual os GMs atuais estão jogando quase sempre 3.Cf3. 

Na partida seguinte, as pretas darão uma verdadeira aula estratégica. Veremos "fraqueza nos peões da ala da dama", "bispo mal", "utilização da terceira fila para atacar e/ou defender", "peões passados", "posto avançado", etc... 



PGN result
[Event "Gausdal Classic"]
[Site "Gausdal"]
[Date "2004.09.27"]
[Round "5"]
[White "Palo, Davor"]
[Black "Carlsen, Magnus"]
[Result "0-1"]
[BlackElo "2567"]
[ECO "E32"]
[EventCategory "10"]
[EventCountry "NOR"]
[EventDate "2004.09.23"]
[EventRounds "9"]
[EventType "tourn"]
[PlyCount "120"]
[Source "ChessBase"]
[SourceDate "2005.01.27"]
[WhiteElo "2513"]

1. d4 Nf6 2. c4 e6 3. Nc3 Bb4 4. Qc2 O-O 5. a3 Bxc3+ 6. Qxc3 b6 7. Bg5 Bb7 8.
Nf3 d6 9. Nd2 Nbd7 10. f3 c5 {Aqui as pretas também podem jogar 10...d5. Uma
das ideias de ...c5 é poder atuar taticamente com ...Ce4 e, após um possível
câmbio de damas (Bxd8; Cc3), o peão "c7" não estaria "no ar".} 11. e4 Re8 12.
Bd3 cxd4 13. Qxd4 Nc5 14. Bc2 e5 $5 15. Qf2 {Por incrível que pareça aqui não
é tão fácil achar uma casa boa para a dama branca. 15-Dc3 Ce6 16-Be3 Tc8, e a
pressão em "c4" é bem desagradável.} Ng4 16. Bxd8 {Tentar defender uma posição
assim num final de jogo será muito penoso para as brancas.} (16. Qh4 f6 17.
Qxg4 fxg5 18. h4 {Seria uma opção melhor mantendo as damas no jogo e tentando
algum contra-ataque.}) 16... Nxf2 17. Kxf2 Rexd8 18. b4 Ne6 {Uma posição que
tem muitos ensinamentos! Aqui podemos identificar logo de cara que: 1) a
fraqueza preta em "d6" pode ser facilmente protegida, portanto, não devemos
seguir pelo caminho errado ao elaborarmos planos que envolvam "pressionar/
capturar" esse peão, seria perda de tempo nesse momento; 2) as brancas tem
um "bispo mal", ou seja, um bispo que está posicionado dentro da cadeia de
peões do seu exército; 3) a combinação "cavalo mal posicionado+bispo
mal+peões frágeis na ala da dama" dá às pretas vantagem estratégica. Essa
parte do xadrez é a mais difícil: identificar os sinais que a própria posição
nos dá! Essa identificação, mais a execução do plano para aproveitar esses
sinais, são os pilares da estratégia no xadrez.} 19. Rhc1 Kf8 20. Nb3 Ke7 21.
Bd3 Bc6 22. a4 {Não podemos recriminar o jogador das brancas por este lance
que coloca outro peão em casa branca, certamente ele não percebeu a tática que
viria no lance 23 das pretas.} (22. Ke3) 22... a5 23. bxa5 Nc5 $1 {A tática a
serviço da estratégia! Com este lance a coluna "c" ficará bloqueada e as
fraquezas das brancas se tornarão piores.} 24. Bc2 bxa5 25. Rcb1 Kd7 (25...
Bxa4 26. Nxc5 Bxc2 27. Rb7+ Kf8 28. Rb2 dxc5 29. Rxc2 {Também seria bom para
as pretas, mas daria muito mais trabalho para vencer, além de ajudar as
brancas ao eliminar seu bispo mal.}) 26. Nxc5+ dxc5 27. Rd1+ Kc7 28. Rxd8 Rxd8
29. Ke3 Rd4 30. Bd3 Bd7 31. Rb1 $6 {Um erro tático que permite às pretas
desenvolverem seu plano mais rapidamente. Claro, esse erro isolado não
determina a derrota, mas como Steinitz bem observou, o acúmulo dessas pequenas
vantagens nos dará uma grande vantagem no final. O erro se baseia no "raio-x"
do bispo e da torre das brancas...} (31. g3 $5) 31... f5 32. Rc1 (32. exf5 $4
Rxd3+ 33. Kxd3 Bxf5+) 32... f4+ 33. Ke2 Rd6 $1 {Tema estratégico: a 3a fila!}
34. Rb1 Rh6 35. h3 {Não façam isso com seus bispos!!} Rg6 36. Kf2 Rd6 37. Ke2
g5 (37... Bxa4 $2 38. Ra1 Bd7 39. Rxa5) 38. Bc2 h5 39. Rd1 Rd4 40. Bd3 (40.
Rxd4 cxd4) 40... Rd6 41. Bc2 Rd4 42. Bd3 Bc6 43. Rg1 Rd8 {Com ideia de ...Tb8
ou ...Tg8} 44. g3 $6 Rg8 45. gxf4 exf4 46. e5 Bd7 47. Bh7 (47. h4 g4) 47... Rg7
$19 48. Be4 Bxh3 49. Rh1 g4 50. Rb1 Rg5 51. Rb7+ Kd8 52. e6 Re5 53. Rf7 g3 54.
Rxf4 Rg5 55. Bd5 Bxe6 56. Kf1 (56. Bxe6 g2) 56... Bxd5 57. cxd5 Rxd5 58. Kg2
Rd4 59. Rf5 h4 60. Kh3 (60. Rxc5 Rd2+ 61. Kg1 h3 62. Rc1 Ra2 $19) 60... c4 0-1

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Magnus Carlsen e a Nimzo-índia. Parte 1

Quando se tornou campeão mundial de xadrez, em 2013, o norueguês Magnus Carlsen apenas confirmou o que todos já esperavam. Sua superioridade era enorme e ele vencia torneios seguidamente demonstrando um xadrez que o público não estava mais acostumado a ver. Partidas longas, 5, 6 horas de duração, vitórias em finais "empatados", altíssimo nível técnico, etc... Porém, a grande curiosidade na maneira de jogar do Carlsen reside nas suas aberturas. Jogar a escandinava com 3-...Dd8?! ou ressuscitar a Ponziani nos torneios da elite do xadrez mundial realmente não eram coisas corriqueiras, longe disso!!

Dentre todas as aberturas que o Carlsen joga tem uma que se encaixa perfeitamente no seu estilo de jogo: a nimzo-índia! Na minha opinião, a nimzo-índia é a melhor resposta contra 1-d4 (apesar de não jogá-la). É uma defesa sólida, não leva a posições super agudas, como a Grunfeld, por exemplo, e tem excelentes perspectivas para as pretas buscarem a vitória sem se expor. 



Nessa primeira parte veremos uma das primeiras partidas de Carlsen com a nimzo-índia, disputada em 2001. Na época ele tinha apenas 10 ou 11 anos de idade e um rating de 2072! Apesar da pouca idade, a partida foi duríssima e o seu adversário, o GM Giorgi Kacheishvili teve muito trabalho para vencer.



PGN result
[Event "Bayern-chI Bank Hofmann 5th"]
[Site "Bad Wiessee"]
[Date "2001.10.27"]
[Round "1"]
[White "Kacheishvili, Giorgi"]
[Black "Carlsen, Magnus"]
[Result "1-0"]
[BlackElo "2072"]
[ECO "E32"]
[EventCountry "GER"]
[EventDate "2001.10.27"]
[EventRounds "9"]
[EventType "swiss"]
[PlyCount "125"]
[Source "ChessBase"]
[SourceDate "2001.11.25"]
[WhiteElo "2583"]

1. d4 Nf6 2. c4 e6 3. Nc3 Bb4 4. Qc2 O-O 5. a3 Bxc3+ 6. Qxc3 b6 7. Bg5 Bb7 8.
e3 c5 9. dxc5 bxc5 10. Ne2 {Curiosamente, 6 anos depois, Carlsen jogou essa
mesma posição (porém, com as brancas) e perdeu para o GM Yannick Pelletier} Nc6
11. Ng3 Qa5 12. Bxf6 (12. Qxa5 $5 Nxa5 13. b4) 12... gxf6 13. Qxa5 Nxa5 14. Nh5
{Ok, as brancas ganharam um peão, mas Carlsen estava atento às fraquezas na
ala da dama das brancas, típicas nessa linha.} Rfd8 15. O-O-O $6 {Ops! Depois
disso as pretas terão ótimas chances de contra-ataque. Melhor seria 15-b4!?}
Kf8 16. Nxf6 Ke7 17. Nh5 (17. Nxh7 $6 f6 {E o cavalo teria alguns problemas
pra sair de h7...}) 17... Ba6 $1 {Aí está! As pretas recuperam o peão com
grande centralização de peças, além de colunas abertas em ambos os flancos.}
18. Nf4 Bxc4 19. Bxc4 Nxc4 20. Rhe1 Rab8 21. Re2 d5 22. Rc2 Na5 23. Kb1 c4 24.
Ne2 Nb7 {Talvez fosse um pouco melhor aqui impedir que as brancas joguem 25-e4
com 24-...Cb3, para tentar manter a estrutura central.} (24... Nb3 25. e4 dxe4
26. Rxd8 Rxd8 27. Ka2 (27. Rxc4 $4 Nd2+ $19)) 25. e4 $1 Nc5 26. exd5 Rxd5 (
26... exd5 $2 27. Nf4 $16) 27. Nc3 Rg5 (27... Rd3 $1) 28. f4 Rh5 29. Rd4 Rxh2
30. Rxc4 Nd3 31. Ka2 Rb7 32. Ne4 Rd7 33. Nc5 Nxc5 34. Rxc5 Kf6 {Carlsen
continua com uma boa posição, as brancas tem debilidades em "g2" e "f4" e a
maioria das brancas na ala da dama não tem tanta facilidade para se impor.} 35.
Ra5 Rb7 36. f5 e5 37. Re2 Re7 $6 (37... h5 38. Raxe5 Rxg2 39. Rxg2 Kxe5) 38.
Ra6+ Kg5 (38... Kxf5 $4 39. g4+ Kxg4 40. Rxh2) 39. f6 Rb7 40. Rxe5+ Kg6 41. Re7
Rb8 42. Raxa7 $6 (42. Re2 {Fritz 14}) 42... Rxg2 43. Rab7 Rxb7 44. Rxb7 h5 45.
a4 Rg4 46. Ka3 h4 47. Rb8 Rg3+ 48. b3 Kxf6 (48... Rg5 {Com ideia de um
possível apoio ao peão com ...Th5. Finais de torres são sempre cheios de
sutilezas e muito difíceis de jogar.}) 49. Rh8 Kg5 50. a5 Re3 51. Ka4 Re6 $4 {
O erro decisivo. A questão aqui é que ...Th6 não funciona. Provavelmente, após
as sequências "corretas", ambas as torres teriam que se sacrificar e então às
pretas restava a esperança de chegar a um final com seu peão em "f2" contra a
dama branca, que seria empate.} (51... f5 $5) (51... Re1 $5) 52. b4 f5 53. b5
Re1 54. a6 $6 {Erro do GM dessa vez! 53-b6! seria o lance correto. Agora as
pretas voltam ao jogo.} (54. b6 $1 Rb1 55. Rh7 f4 56. b7 Kg6 57. Rxh4 Rxb7 58.
Rxf4 Rb8) 54... Ra1+ 55. Kb4 f4 56. Kc5 f3 57. b6 Ra5+ 58. Kd4 Rxa6 $4 {Agora
já era... Mas, perdoem a criança. :)} (58... f2 $1 $11) 59. b7 Rb6 60. b8=Q
Rxb8 61. Rxb8 Kf4 {O problema aqui é que rei das brancas está muito próximo...}
62. Rf8+ Kg3 63. Ke3 {As pretas se renderam. Essa partida mostra como, desde
criança, o Magnus Carlsen já demonstrava uma enorme compreensão do xadrez, e
como maneja bem a Nimzo-índia! Só para acrescentar uma estatística: na minha
base de partidas tem 53 partidas do Carlsen usando a Nimzo-índia com as negras:
ele venceu 17, perdeu 8 e empatou 28! Uma verdadeira muralha!} 1-0

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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Defesa francesa - var. "Fort knox" - parte II

Dando sequência ao artigo iniciado ontem, hoje veremos como as pretas devem jogar essa variante. Já sabemos que o posicionamento do bispo preto em "c6" atrasa bastante o lance temático da francesa "c5", e sabemos também que a estrutura "a7-b7-c6-e6-f7-g7-h7" é bastante sólida mas, por abandonar a luta pelo centro (ausência do peão "d5"), proporciona às brancas uma boa vantagem de espaço.

Ao contrário do que muita gente pensa, nas posições super sólidas o jogador que possui menos espaço deve jogar com muita força e precisão para anular a iniciativa do adversário. Estratégias de "espera" não costuma funcionar nesses casos. Normalmente, o preto nessa variante está buscando sua vantagem na transição meio-jogo---->final, onde sua melhor estrutura de peões ou seu contra-ataque ganham mais força. Na partida abaixo veremos uma das melhores opções para as pretas nessa variante (...Bb5!?)




PGN result
[Event "ROM-chT"]
[Site "Sovata"]
[Date "2001.03.24"]
[Round "4"]
[White "Foisor, Ovidiu Doru"]
[Black "Motylev, Alexander"]
[Result "1/2-1/2"]
[Annotator "Kritz,Leonid"]
[BlackElo "2570"]
[ECO "C10"]
[EventCountry "ROU"]
[EventDate "2001.03.21"]
[EventType "team-tourn"]
[PlyCount "136"]
[Source "ChessBase"]
[SourceDate "2011.11.11"]
[WhiteElo "2409"]

1. e4 e6 2. d4 d5 3. Nd2 dxe4 4. Nxe4 Bd7 5. Nf3 Bc6 6. Bd3 Nd7 (6... Nf6 $2 7.
Nxf6+ Qxf6 8. Bg5 Bxf3 9. Qd2 $18) 7. O-O Ngf6 8. Ned2 Be7 9. Re1 (9. Nc4 Bb5
$1 10. c3 O-O 11. a4 (11. Nce5 Bxd3 12. Qxd3 Nxe5 13. Nxe5 c5 $11) 11... Bxc4
12. Bxc4 a5 $1 $11 {Naiditsch - Rustemov (Eppingen, 2010)}) 9... O-O 10. Nc4
Bb5 $1 {The same idea again as after 9.Nc4 - Black wants to provoke a4.
Wieder die gleiche Idee wie auch nach 9.Nc4 - Schwarz will a4 provozieren.} 11.
c3 c5 {It is questionable whether this is really necessary. After 11...c6
Black would at least have no problems. Es ist fraglich, ob man das wirklich
braucht. Nach 11...c6 hätte Schwarz zumindest keine Schwierigkeiten.} (11... c6
12. a4 Bxc4 13. Bxc4 a5 $11) 12. Bf4 Re8 13. Qe2 Nb6 14. dxc5 Bxc5 15. Nce5
Bxd3 16. Nxd3 Bd6 17. Nde5 Nfd5 18. Bg3 f6 19. Nc4 Bxg3 20. hxg3 e5 21. Rad1
Qc7 22. Nxb6 Nxb6 23. g4 Rad8 24. g5 Qc4 25. Qc2 Rxd1 26. Rxd1 Qxa2 27. gxf6
gxf6 28. Rd6 e4 29. Nh4 Qa4 30. b3 Qb5 31. g3 Qe5 32. Qd2 e3 33. Qxe3 Qxe3 34.
fxe3 Rxe3 35. c4 Rxg3+ 36. Kf2 Rxb3 37. c5 Na4 38. c6 bxc6 39. Rxc6 Rb5 40.
Rc8+ Kg7 41. Rc7+ Kh6 42. Rxa7 Nc3 43. Kf3 Re5 44. Kg4 Re4+ 45. Kh3 Ne2 46.
Nf5+ Kg5 47. Nd6 Rh4+ 48. Kg2 f5 49. Rg7+ Kf4 50. Ra7 Nd4 51. Ra4 Kg5 52. Ra6
Rg4+ 53. Kf2 h5 54. Nf7+ Kf4 55. Ra4 Ke4 56. Nh6 Rg5 57. Nf7 Rg6 58. Ra8 Kf4
59. Ra4 Ke4 60. Ra8 Rg7 61. Ra7 Rg8 62. Ra4 Rg6 63. Ra8 h4 64. Ra3 Rb6 65. Kg2
Kf4 66. Ra4 Rb2+ 67. Kh3 Rd2 68. Rb4 Rd1 1/2-1/2

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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Defesa francesa - var. "Fort knox". Parte I

Durante a preparação para os JEJs (jogos escolares da juventude), nesse ano, em Brasília, eu e meu amigo-aluno Marco Antônio Sena enfrentamos um difícil dilema: o que jogar contra 1.e4?? Em outra época isso não seria problema, pois, Marco estava "afiado" e chegou a ter 4 treinadores (!!), porém, faz mais de 1 ano que ele não treina... Precisávamos de algo "prático e simples", se é que existe isso. Depois de muita discussão, eis que surgiu a ideia de "desenterrar" uma variante da francesa que, apesar de ser sólida e interessante, praticamente não se joga mais. Uma variante, que de tão sólida é chamada por alguns de "fort knox"!! 

A ideia é muito simples, resolver o problema do "bispo mal" via d7-c6, trocá-lo pelo Cf3 (ou e4), ou pelo bispo branco e logo em seguida jogar "c6", com uma posição super sólida. Claro, nesse tipo de posição é mais difícil jogar pra ganhar (eu, particularmente, acho que em todas as posições dá pra jogar pra ganhar... Enfim..), mas pra quem não tem tempo para estudar a Najdorf, por exemplo, acaba sendo uma opção interessante. Obviamente você pode tentar jogar a Najdorf sem muito estudo, te desejo boa sorte e que você dure mais do que 20 lances... 

Nessa primeira partida veremos o que as pretas não devem fazer quando jogarem essa variante.




PGN result
[Event "AUT-chT 0809"]
[Site "Austria"]
[Date "2009.03.19"]
[Round "8"]
[White "Balogh, Csaba"]
[Black "Wegerle, Joerg"]
[Result "1-0"]
[Annotator "Kritz,Leonid"]
[BlackElo "2431"]
[ECO "C10"]
[EventCountry "AUT"]
[EventDate "2009.01.22"]
[EventRounds "11"]
[EventType "team-tourn"]
[PlyCount "69"]
[Source "ChessBase"]
[SourceDate "2011.11.11"]
[WhiteElo "2605"]

1. e4 e6 2. d4 d5 3. Nd2 dxe4 4. Nxe4 Bd7 5. Nf3 Bc6 6. Bd3 Bxe4 $6 {Black
should not hurry to play this. Schwarz sollte sich damit Zeit lassen.} (6...
Nd7 {is the correct plan. ist die richtige Spielweise.} 7. O-O Ngf6 8. Ng3 Be7
9. Re1 $14) (6... Nf6 $2 7. Nxf6+ Qxf6 8. Bg5 Bxf3 9. Qd2 $18) 7. Bxe4 c6 8.
O-O {This leads to a slightly better position. Another good idea is 8.c3. Dies
führt zu einer etwas besseren Stellung. Gut ist auch die Idee 8.c3.} Nf6 9. Bd3
Nbd7 10. Bf4 Be7 11. Re1 O-O 12. c4 Re8 13. Qc2 $14 g6 14. Rad1 Nh5 15. Bd2 Qc7
16. d5 exd5 17. cxd5 c5 18. Bc3 a6 19. Bxg6 hxg6 20. Rxe7 Rxe7 21. d6 Qd8 22.
dxe7 Qxe7 23. Qd2 Ndf6 24. Re1 Qd8 25. Qh6 Qf8 26. Qg5 Nh7 27. Qe5 Ng7 28. h4
Rc8 29. Nh2 f6 30. Qe4 Qf7 31. Ng4 Nf5 32. h5 Kg7 33. hxg6 Kxg6 34. Ne3 Qd7 35.
g4 1-0

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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Melhorando a técnica de finais!

Existem algumas diretrizes gerais que podem nos orientar para jogar corretamente os finais de partidas, ou pelo menos para fazê-lo seguindo um curso. Certa vez algum forte jogador falou que "é melhor ter um plano ruim do que não ter plano". Acho que o que ele estava tentando dizer é que as conseqüências negativas de caminhar sem um mapa em uma partida de xadrez são maiores do que as de fazê-lo com um mapa não muito preciso. E, particularmente, nos fins, isso é muito visível, apesar de achar que há muita subjetividade nessa afirmação, mas a ideia do artigo não é estimular o debate filosófico! 

Vamos começar!
Como você pode jogar melhor nos finais?
Em 90% dos casos, para ganhar um final, você deve coroar um peão ou atacar os peões fracos do seu oponente. Portanto, nos finais, é muito importante ter um bom conhecimento das estruturas dos peões e dos tipos de peões fracos. Em geral, os peões fracos são aqueles que não podem ser defendidos por outros peões, e quanto mais avançados são, mais fracos ficam. Portanto, um peão preto isolado na casa e4 (da perspectiva das brancas) será considerado mais fraco do que se estivesse na casa "e7", por exemplo.





   Para que este conceito seja claro, veja o diagrama anterior. Todos os peões marcados em vermelho são fracos por diferentes motivos:

Peão isolado em b5;
Peão atrasado em d6;
Peões dobrados em h7-h6...

Além desses peões fracos, existem outros como, por exemplo, os peões "colgantes". Quando dois peões estão juntos, lado a lado, porém separados do restante dos peões, eles se chamam "peões colgantes" e são considerados uma fraqueza nos finais, pois, o avanço de qualquer um deles enfraqueceria o outro.

Como regra geral, optaremos pela estratégia de atacar os peões fracos do nosso adversário se não tivermos a possibilidade de usar a estratégia de apoiar um peão passado. Reitero algo que ouvimos em diversas ocasiões: o xadrez está cheio de exceções, mas as regras que discutimos aqui funcionarão na grande maioria dos casos.

Vejamos o seguinte exemplo:





Posição para análise. Jogam as brancas. Na posição acima existem "dicas" de como proceder. Criar uma fraqueza no campo do oponente ou na estrutura de peões é fundamental se as brancas buscam a vitória (claro que as pretas também querem vencer, mas a possibilidade disso acontecer, nessa posição, é bem pequena, portanto, devem lutar para igualar)

Antes de atacá-los, teremos que fixá-los (evitar que se movam) e, mais tarde, capturá-los sem trocá-los por nossos peões (isto é, capturá-los gratuitamente). É por isso que, para fixar os peões inimigos, usaremos nossos peões, mas para capturá-los, usaremos nossas peças, e mesmo em muitas ocasiões, o rei que, no final, se torna um importante ataque.

A técnica de isolar uma fraqueza antes de atacá-la é válida em qualquer fase do jogo e está intimamente relacionada com outra: "a ameaça é mais forte do que a execução", outra das máximas que devemos ao grande Nimzowitsch. A razão é que a ameaça de uma ação pode empurrar seu oponente em uma determinada direção, mas a execução da ameaça também pode causar problemas para você.

Voltando à posição acima, qual o plano que você jogaria com as brancas? Análise da partida em breve!!

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Excelente videoaula sobre "finais de torres"

Todos os enxadristas que estudam o jogo sabem que os finais de torres são os que acontecem com maior frequência. No vídeo abaixo, o MF Luís Fernandez Siles explica, de maneira simples e muito didática, como devemos conduzir esse tipo de final. A videoaula é em espanhol, mas dá pra compreender perfeitamente devido à pronúncia clara do instrutor e também porque o vocabulário é bem repetitivo com algumas palavras que fazem parte das lições de xadrez. 


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Os "simples" finais de peões...

Devido à quantidade reduzida de peças no tabuleiro nos finais de reis e peões a nossa análise, nessas posições, pode atingir um nível maior de profundidade do que em qualquer outro tipo de posição. A conclusão sobre a melhor jogada deixa um pouco de lado a compreensão e baseia-se quase que exclusivamente nos cálculos. Isso não quer dizer que os finais de reis e peões são fáceis, nada disso! Uma das dificuldades nesse final é a análise da posição anterior à ele, no meio-jogo. Como e quando entrar num final de peões? Essa é a questão. Um outro problema que o jogador enfrenta nesse tipo de final é saber quando devemos parar de calcular. Até onde vai nossa análise daquela posição... 




No diagrama acima temos a posição crítica da partida entre Ljubojevic vs Browne, Amsterdã 1972. Jogam as pretas. Antes de seguir lendo as análises é recomendável tentar analisar por conta própria e em seguida comparar com o que aconteceu na partida (e também com o que deixou de acontecer). 

O jogo seguiu com 1... f5??; 2.Rb4, Rd5; 3.Rc3, Re4; 4.Rd2,Rf3; 5.b4, Rg2, e ambos os jogadores promovem simultaneamente. É possível que, ao chegar a este ponto em sua análise, Walter Browne tenha concluído que a posição é, de fato, empate. Se o jogador das pretas tivesse analisado com mais cuidado (sem críticas porque ninguém sabe as condições em que estavam os jogadores nesse ponto do jogo: tempo, cansaço, etc..) certamente chegaria ao plano vencedor:

1...Rd5!; 2.b4 (se, 2.Rb4, Rd4; 3.Ra3, f5; 4.Rb2 [4.b4, f4; 5.b5, perde tanto com 5...f3, como também 5...Rc5], f4; 5.Rc2, Re3; 6.Rd1, Rf2; 7.b4, Rg2; 8.b5, f3 e as pretas coroam com xeque.)

2...,f5; 3.b5, f4; 4.b6, Rc6!

A jogada chave!! Este lance não impede que as brancas promovam primeiro, mas a promoção das pretas será com xeque numa posição decisiva!

5.Ra6, f3; 6.b7, f2; 7.b8=dama, f1=dama+, e as brancas abandonam.

(Se 8.Ra7, Da1# ou 8.Ra5, Da1; 9.Rb4, Db1, também vence.)


A manobra das pretas "Rc6-d5-c6" é bastante interessante. Na verdade, de acordo com Jonh Nunn em seu livro "Tactical chess endings", essa posição é idêntica a um estudo publicado por Grigoriev (Izvestia, 1928). Estudar problemas e "estudos de finais" é sempre bom! 


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Rating FIDE - Pernambuco - agosto/2017

Rating FIDE - Pernambuco - agosto/2017. (+2.100)



1. GM Yago Santiago.....................2.501

2. MF Vinícius Tiné........................2.282

3. MF Marco Asfora.......................2.206

4. MN Roberto Calheiros...............2.191

5. MN Marcelo Bouwman..............2.186

6. MN Benone Lopes.....................2.179

7. MN Rafael Cabral......................2.162

8. MN José Roberto......................2.156

9. Lúcio Pacífico...........................2.144

10. Armando Vasconcelos............2.140

11. Gilson Rosa............................2.129

12. Filipe Veras............................2.105

13. Fábio Pires.............................2.101


https://ratings.fide.com/



Abreviaturas:

MN= mestre nacional;

MF= mestre FIDE (federação internacional de xadrez);

MI= mestre internacional;

GM= grande mestre internacional de xadrez.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Tática. Exercício para alunos iniciantes. Posições típicas de ataque.

Um erro que a maioria dos jogadores iniciantes cometem ao estudarem xadrez é dedicar a maior parte do tempo de treinamento às aberturas. Isso não significa que esta fase do jogo deva ser ignorada inicialmente, longe disso! Porém, é necessário dedicar mais atenção à compreensão das posições chamadas "típicas", tanto no ataque quanto na defesa. Capablanca dizia que o treinamento deveria começar pelos finais... Enfim. 

No diagrama abaixo temos uma das posições mais conhecidas de ataque no xadrez (posições típicas). Jogam as brancas. Qual a sequência vencedora? 

(brancas jogam e ganham)


segunda-feira, 26 de junho de 2017

4ª etapa da Liga agreste de xadrez - Caruaru

Aconteceu em Caruaru, neste último domingo, a 4ª etapa do circuito de xadrez da LAPEX (Liga do agreste pernambucano de xadrez), tendo como vencedor o enxadrista Carlos Capivara, com 6 pontos. Seguem, abaixo, algumas imagens do evento.





sábado, 24 de junho de 2017

Clubes de xadrez de Pernambuco: Belo Jardim

A ABX (academia belojardinense de xadrez) foi fundada no dia 19 de abril de 2012, quando o enxadrista Luiz Marinho, ao retornar à sua cidade após morar por um tempo em Caruaru, reuniu um grupo de amigos para movimentar o xadrez e organizar o campeonato local. Foi de grande valia a ajuda do amigo Cidcley, de Caruaru, que cedeu uma cópia do estatuto do Clube de xadrez de Caruaru e esta foi adaptada para o clube de xadrez de Belo Jardim.

Além de sediar e organizar os campeonatos de xadrez, a ABX realiza um trabalho junto às escolas do município com aulas de xadrez gratuitas. Nos últimos anos a ABX iniciou um trabalho com pessoas portadoras de deficiência auditiva, conseguindo formar vários enxadristas. 

O primeiro torneio da ABX foi realizado em homenagem ao maestro Ulisses Lima, grande incentivador cultural da cidade. No primeiro ano da ABX todos os torneios receberam o nome de pessoas que, de alguma maneira, contribuíram para o desenvolvimento da cidade e, consequentemente, do xadrez local. A ABX faz parte da "Liga Agreste de Xadrez", que é a união dos clubes de xadrez daquela região do estado de Pernambuco com o objetivo de organizar e fortalecer o xadrez naquela área.

Em 2014 a ABX realizou o primeiro "aberto" da cidade, com R$1.200,00 em prêmios. No ano seguinte foi organizado o I circuito de xadrez escolar de Belo Jardim, com a participação de aproximadamente 230 crianças e adolescentes. A ABX é mais um espaço dedicado ao xadrez pernambucano que comprova, mais uma vez, a força que é o interior do estado nessa modalidade.

Algumas imagens: 








terça-feira, 20 de junho de 2017

Em julho: Aberto do Brasil de xadrez - Memorial Dr. Luiz Tavares e Eduardo Asfora!

De 07 a 09 de julho de 2017 será realizado o  Aberto do Brasil de xadrez - Memorial Dr. Luiz Tavares e Eduardo Asfora, nas dependências do hotel jangadeiro, em Boa Viagem, Recife. O evento contará com a organização do MF Marco Asfora, que também será o diretor do torneio, e do MN Rodrigo Yoshio. Mais informações no folder abaixo.





sábado, 15 de abril de 2017

Partidas clássicas: Samuel Reshevsky vs Tigran Petrosian, Zurich, 1953

Existem centenas de partidas que podem ser consideradas "clássicas", talvez até milhares, já que algumas são assim consideradas de acordo com a opinião pessoal de cada um. Entretanto existem aquelas partidas que são unanimidades, que estarão eternamente guardadas na literatura enxadrística como modelos e que deram enorme contribuição ao desenvolvimento e compreensão do jogo. 

A partida a seguir é uma dessas jóias do xadrez e deve ser estudada por todos que querem evoluir tecnicamente no xadrez.






Reshevsky, S. x Petrosian, T., Zurich, 1953, 2ª rodada

1.d4 Cf6; 2.c4 e6; 3.Cc3 Bb4; 4.e3 0-0; 5.Bd3 d5; 6.Cf3 c5; 7.0-0 Cc6; 8.a3 Bxc3; 9.bc3 b6?! 

(em suas análises desta partida o genial David Bronstein diz que esse lance dá às pretas um caráter restringido na posição e sugere 9...dc4; 10.Bxc4 Dc7, ou até mesmo o imediato 9...Dc7)

10.cd5 ed5; 11.Bb2 c4; 12.Bc2 Bg4; 13.De1 Ce4!

("no caso de 13...Bxf3; 14.gf3 Ch5 as brancas tem a possibilidade de sistematicamente irem fortalecendo sua posição por meio de 15.f4, f2-f3, Df2, Tae1, Bc1, Rh1, Tg1, e3-e4 e assim por diante. [Bronstein])

14.Cd2 Cxd2; 15.Dxd2 Bh5; 16.f3 Bg6; 17.e4 Dd7; 18.Tae1 de4; 19.fe4 Tfe8; 20.Df4 b5; 21.Bd1!? Te7; 22.Bg4 De8; 23.e5 a5; 24.Te3 Td8; 25.Tfe1 ...

("À primeira vista, as chances das brancas são melhores. Elas tem o par de bispos, e embora o de b2 seja passivo, ele pode entrar em jogo via c1. A maioria de peões das pretas na ala da dama é efêmera, enquanto as brancas estão prontas para as atividades no centro. O lance de Petrosian pode parecer estranho (e ruim) para os jogadores não familiarizados com esta partida." [Kasparov])

25.... Te6!! (Kasparov, Bronstein)


("Esse sacrifício puramente posicional causou uma impressão inesquecível em mim" [Mikhail Tahl]. O lance é de fato incrível: a torre se entrega com o objetivo de bloquear o avanço do peão e e também para abrir caminho para o cavalo até d5. Entretanto, reflitamos sobre a posição e perguntemos a nós mesmos: porque, de fato, uma torre seria mais forte do que uma peça menor aqui? Afinal, a torre requer linhas abertas, necessita alguma coisa para atacar, enquanto as peças menores requerem pontos fortes e apoio dos peões. No caso em questão, há um encurtamento das linhas abertas, e não é mais possível impedir o cavalo de chegar a d5, onde será muito forte. Ademais, a partir de d5 o cavalo atacará o peão de c3, e se o bispo não manobrar para d2 ficará vegetando em b2. [Kasparov]) 

26.a4?! ...

(26.Bxe6 fe6?!; 27.Tg3 Ce7; 28.Tf1 Cd5; 29.Dg5 De7; 30.Bc1 Dxg5; 31.Bxg5 Tb8; 32.Bd2 Bd3; 33.Tf2, e as brancas estão melhores. No entanto, após 26.Bxe6 Dxe6! oferece melhores possibilidades.)

26... Ce7!; 27.Bxe6 fe6; 28.Df1! Cd5; 29.Tf3 Bd3; 30.Txd3 cd3; 31.Dxd3 b4!; 32.cb4 ab4; 33.a5 Ta8; 34.Ta1 Dc6; 35.Bc1 Dc7!; 36.a6 Db6; 37.Bd2 b3; 38.Dc4 h6; 39.h3 b2; 40.Tb1 Rh8; 41.Be1, empate. 

Uma grande partida, muito instrutiva e que merece ser estudada.






terça-feira, 11 de abril de 2017

Resultados dos torneios do último final de semana: "Ariday", d1d8 feminino e Belo Jardim!

Nesse último final de semana o xadrez pernambucano teve grande movimentação, foram 3 torneios, sendo 2 na capital e 1 no interior, na cidade de Belo Jardim. Em Recife aconteceu o torneio de xadrez rápido "Ariday Mosquera", nas dependências da biblioteca Cristiano Lyra, no colégio Santos Dumont. 

O torneio foi em homenagem ao amigo Ariday que está voltando à sua terra natal, Colômbia, e também prestigiou o evento com sua participação. O experiente enxadrista Sérgio Murilo foi o vencedor do torneio seguido por Almir Correia e Christian Almeida.







No domingo, em Recife, foi realizada a primeira etapa do circuito feminino de xadrez, d1d8. O evento contou com a participação de 14 jogadoras e teve como campeã a MF Ramyres Coelho, de Petrolina, seguida por Mayra Milena, de Afogados da Ingazeira e por Cinthya Marinho, de Recife.
Mais informações sobre o circuito feminino pelo site d1d8 . 









Também no domingo aconteceu a 2ª etapa da liga agreste pernambucana de xadrez, na cidade de Belo Jardim. O enxadrista Carlos Capivara, que também é o presidente da FPEX, foi o vencedor do torneio, seguido por Dalson Holanda e Heriberto Lemos. O evento também foi válido como etapa do campeonato pernambucano ativo.






quinta-feira, 6 de abril de 2017

Circuito d1d8 de xadrez feminino 2017 - 1ª etapa

Acontecerá no próximo domingo, dia 09/04, a primeira etapa do circuito "d1d8" de xadrez feminino nas dependências do hotel Courtyard by Marriott de Recife, o hotel fica próximo à pracinha de Boa Viagem. 

O evento oferecerá R$ 1.000,00 (mil reais) em prêmios!





Para mais informações sobre o evento ou sobre o circuito de xadrez feminino, acesse o site: d1d8 xadrez feminino

terça-feira, 4 de abril de 2017

IV IRT Recife com mais dois grandes nomes do xadrez brasileiro confirmados!!

O IV IRT Recife, que será realizado nos próximos dias 20, 21, 22 e 23/04 ganhou mais dois nomes de peso: o MI Yago Santiago e o MN Rafael Cabral confirmaram presença nesse grande evento do xadrez pernambucano.




Vale lembrar que já haviam confirmado suas participações os mestres MF Luismar Brito, MN Vitor Firmo e o MI Iack Macêdo. 




As inscrições promocionais foram estendidas até o próximo sábado, durante o "Torneio do Ariday", no Santos Dumont. Mais informações sobre valores, detalhes técnicos e horários, no folder abaixo.



Sábado (08/04) tem torneio no Santos Dumont - Troféu Ariday Mosquera

Será realizado nesse próximo sábado, na biblioteca de xadrez do colégio Santos Dumont, o torneio de xadrez ativo "Troféu Ariday Mosquera", que será uma homenagem e despedida do amigo Ariday, que estará retornando à Colômbia. Mas informações no folder abaixo.



sexta-feira, 31 de março de 2017

Clubes de xadrez de Pernambuco: Lajedo

                      Iniciamos hoje uma série de postagens sobre os clubes de xadrez do estado de Pernambuco. Por se tratar de uma atividade amadora e que não faz parte da cultura do nosso povo, o xadrez enfrenta grandes dificuldades para se manter representado através dos "clubes de xadrez". Normalmente a prática do jogo acontece em praças, parques, cafés, bares, residências entre amigos e internet, só para citar alguns exemplos.
                      
                       Distando cerca de 173 km de Recife, o município de Lajedo conseguiu, no ano passado, inaugurar sua sede própria! Transcrevo abaixo um pouco da história desse belo clube, que é formado por pessoas honestas e dedicadas há décadas ao jogo.


HISTÓRIA DO XADREZ NO MUNICÍPIO DE LAJEDO

O clube de xadrez de Lajedo (ou Lajedo Xadrez Clube – nome original) teve início em 05 de setembro de 1999, ocasião em que os enxadristas do município se reuniram pela primeira vez e organizaram o primeiro torneio de xadrez da história do município na Escola Jornalista Manoel Amaral, o qual terminou dois dias depois, em 07 de setembro, disputado no sistema schuring. Participaram daquele evento (14) quatorze jogadores (Adelvan Barros, Andréia Félix, Carlos, Diego Gladstone, Edmilson Porfírio, Elvis Silva, Kleber, Louro, Ludnise Dantas, Luiz Gonzaga Junior, Ricardo Couto, Rodney Xavier, etc. Foi campeão do torneio, Edmilson Porfírio da Silva. Desde então, os enxadristas passaram a organizar vários torneios durante cada ano, a fim de definir o Campeão Lajedense respectivo.
Até poucos meses antes daquele torneio, apenas dois jogadores praticavam xadrez com maior assiduidade no município: Edmilson Porfírio da Silva e José Adelvan Pereira Barros. São os considerados “Dinossauros” do Xadrez Lajedense. Adelvan ensinou a arte de caíssa a um estudante da Escola Jornalista Manoel Amaral, o que foi suficiente para que diversos estudantes daquela escola passassem a aprender e jogar rotineiramente, o que possibilitou a realização dos torneios e e o desenvolvimento do xadrez no município.
 A prática do jogo se desenvolvia tanto na escola Jornalista Manoel Amaral durante o dia, como a noite, no principal ponto de encontro dos enxadristas na época: o salão de beleza de seu Toninho Cabeleireiro (pai de Edmilson Porfírio), local de embates antigos entre Edmilson e Adelvan e para onde alguns dos novatos se dirigiam para apreender e praticar, juntando-se a estes outros praticantes como Fernando Eletricista/DETRAN, Fernando Silva, Ricardo Lucena, etc.
Até o ano de 2010, não havia disputa em sistema de finais, se sagrava campeão municipal, o jogador que obtivesse o maior número de pontos no somatórios das etapas mensais disputadas (pontos corridos).
A partir de 2011, o sistema de disputa do título mudou, passando à final, os quatro melhores jogadores oriundos das disputas mensais. Dentre estes, se estabelecia o campeão lajedense. Essa forma de disputa é mantida até os dias atuais.
O Lajedo Xadrez Clube, até meados de 2016, não possuía sede própria, até que o empresário Romero Figueiredo, o qual jamais havia participado dos torneios do clube e não tinha contato com o xadrez local, porém apaixonado pelo esporte, procurou os enxadristas do município e falou do projeto (sonho) em organizar uma sede para o clube. Pouco tempo depois, com recursos próprios e com o patrocínio de alguns empresários da cidade, conseguiu alugar o imóvel na Av. Presidente Vargas, 775 e montou a sede do Clube, também são ministradas aulas gratuitas a população local e realizados eventos organizados pelos sócios.

CAMPEÕES LAJEDENSES
ANO
ENXADRISTA
1999/2000
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2001
JOSE ADELVAN PEREIRA BARROS
2002
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2003
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2004
JOSE ADELVAN PEREIRA BARROS
2005
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2006
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2007
HOUVERAM TORNEIOS, PORÉM NÃO HOUVE DISPUTA PELO TÍTULO
2008
VIMAEL BATISTA SILVA
2009
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2010
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2011
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2012
LUIZ GONZAGA DE SOUZA JUNIOR
2013
VIMAEL BATISTA SILVA
2014
VIMAEL BATISTA SILVA
2015
VIMAEL BATISTA SILVA
2016
VIMAEL BATISTA SILVA



OUTRAS INFORMAÇÕES RELEVANTES
Vimael Batista Silva é o enxadrista que possui a maior série invicta da história do clube. Entre os anos de 2011 e 2012, venceu seis torneios consecutivos, obtendo 31 vitórias e dois empates, sendo 26 vitórias em sequência!


Algumas imagens do clube de xadrez de Lajedo:











Lajedo está de parabéns por este belo local para a prática do xadrez! 


(Agradeço a todos os enxadristas lajedenses que ajudaram enviando imagens e, em especial, ao amigo Júnior pelo texto sobre a história do clube de xadrez de Lajedo)